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segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Há algum culto à divindade no Xamanismo Guerreiro?

- Há algum culto à divindade no Xamanismo Guerreiro?

- Não. Mas há um culto.

- O que se cultua no X. G.?

- A palavra culto talvez não seja a mais adequada pois está contaminada pela ideia devocional ao divino. Na origem da palavra culto temos a ideia de cultivo, cuidado, plantio. Nesse sentido específico o X. G. é um culto, pois o que se cultiva é o poder pessoal, o autodomínio, a saúde, a sobriedade, a impecabilidade. Não há adoração ao divino. A adoração é uma transferência de energia para o que se está adorando.

- Mas se reconhece a existência de algo divino, de superior, de seres divinos?

- Tudo isso tem um caráter religioso, devocional, mas há o reconhecimento de uma fonte da qual tudo emana. A partir de tal concepção não há e nem pode haver distinção entre superior e inferior, tais conceitos, dentro do X. G., são reflexos de nossa autoimportância. Se tudo emana de uma fonte como poderia existir algo superior ou inferior?

- Então no X. G. o ser humano é o centro do culto?

- Se entendermos que devemos cuidar de nossa própria energia e não cultuar a outrem isso é correto.

- Qual o objetivo de cuidar, cultuar, cultivar a própria energia?

- Isso é autoexplicativo, pois não há razão para não fazê-lo, não há sentido em dissipar a própria energia, contudo somos levados a tal através do imperativo biológico da reprodução da espécie e do condicionamento social baseado no sentimento de autoimportância.

- Mas e a busca da liberdade total, da liberdade de percepção?

- Essa é uma busca abstrata, mediata. O que está posto logo de cara para nós, e que é uma sensação física, corporal, perceptível e facilmente constatável pelo praticante, é o bem-estar que deriva do cultivo da energia pessoal.

- Isso de cultivar a própria energia não é egoísmo?

- Cultivar a energia tem como um dos pilares eliminar o egoísmo no sentido da autoimportância. O egoísmo drena a própria energia pois se baseia na autoimportância. Seres autoimportantes são por natureza carentes, demandam atenção, reverência, devoção, ficam ressentidos se não lhes dão o que acham que merecem. Já que falamos em "divindades" temos um exemplo de ser cheio de si no próprio deus tribal bíblico do antigo testamento, que tem como primeiro mandamento: amar a deus sobre todas as coisas. Tal mandamento na verdade é o primeiro mandamento da autoimportância, pois se assume a existência de algo superior a ser cultuado, ora isso é a ideologia de um predador.

- Devemos então renegar as ideias de religião, deus, bíblia e tudo o mais relativo a tais temas?

- Não, mas devemos estudar e compreender tais temas pois a compreensão nos permitirá perceber como funcionam as armadilhas do predador para nos manter cativos e assim podermos superá-las com elegância e inteligência. Nesse sentido o estudo é uma forma de disciplina mental. Se formos a fundo no sistema de crenças ao qual fomos condicionados podemos resgatar o nosso poder investido nesse mesmo sistema de crenças.

- Que tipo de estudo deve ser desenvolvido nessa direção? Teológico?

- O importante é que seja um estudo crítico, cético, de natureza acadêmica, com método, pois tal disciplina intelectual, usada, por exemplo, pelo nagual Carlos Castaneda e suas companheiras, ajudou-os em sua tarefa de libertar a percepção do sistema de crenças.

- O X. G. é um tipo de ateísmo?

- Tanto quanto era o ensinamento do Buda Sidarta Gautama, pois na verdade essas questões relativas ou não a existência de um deus não interessam ao X. G.

- O X. G. é uma doutrina?

- Não, uma doutrina envolve dogmas, certezas absolutas. A questão é que somos obrigados a usar palavras e a escrevê-las, elas ficam marcadas e exercem algum fascínio sobre a percepção, poderíamos simplesmente dizer, como já foi dito pelo velho nagual D. Juan Matus, de forma bastante pragmática e sóbria, que tudo que estamos aprendendo não é sobre Xamanismo Guerreiro, mas sim sobre como economizar energia para perceber algo que a percepção comum não consegue.





quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

O deus que não é deus - predadores, chitauris e falsos deuses

Aglomerado Estelar das Plêiades 

Este planeta tem sido constantemente visitado e muitas formas di­ferentes de seres humanos foram semeadas aqui através de grande variedade de experiências. Houve muitos fatores que influenciaram o curso da história na Terra. Durante milhões de anos, existiram neste planeta civilizações que vieram e se foram sem deixar vestígio. Todas estas civilizações, assim como a vossa história, foram influenciadas por inúmeros seres luminosos que vocês denominaram Deus.

Na Bíblia, muitos destes seres foram combinados passando a representar um ser, quando não eram de jeito nenhum um único ser mas uma combinação de várias energias luminosas extraterrestres muito poderosas. Eram, sem dúvida, energias majestosas vistas sob nossa perspectiva, e é fácil compreender porque foram adoradas e glorificadas.­ Não há literatura na Terra que apresente um retrato verdadeiro destes seres. Todos os deuses vieram aqui para aprender e acelerar o seu próprio desenvolvimento através do trabalho com criatividade, consciência e energia.

Alguns foram bem sucedidos e aprenderam suas lições, enquanto outros cometeram erros devastadores. Quem eram estes deuses da antiguidade? Eram seres capazes de modificar a realidade e comandar os espíritos da Natureza segundo a sua vontade. Os humanos tradicional­mente chamam de Deus seres capazes de fazer o que eles não conseguem. Estes seres passaram por antigas culturas de varias sociedades, retratados como criaturas aladas e bolas de luz. Este mundo é permeado de pistas, indícios e artefatos que indi­cam quem eram os seus deuses.

Contudo aqueles que desejavam manipular os humanos inventaram suas próprias historias criando paradigmas para os poderem controlar. Disseram-lhes que estes seres eram deuses verdadeiros e vocês foram ensinados a cultuá-los, adorá-los e obedecê-los Este paradigma está agora na eminência de sofrer uma mudança gi­gantesca. A verdade aparecerá, uma verdade que mudará completamente a maneira como vêem o mundo. Pobres da­queles que não quiserem enxergar. As reverberações do cho­que atingirão todo o mundo.

Os deuses criadores que têm governado este planeta possuem a capacidade de assumir a forma física, embora na maior parte do tempo existam em outras dimensões Eles mantêm a Terra numa determinada freqüência vibracional criando traumas emocionais para se alimentar. Existem seres que honram a vida acima de tudo, e seres que não respeitam a ­vida nem compreendem a ligação que têm com ela.

Consciência alimenta consciência. Não é fácil entenderem este conceito, porque vocês se alimentam de comida. A comida­ para alguns seres, é a consciência. Toda a comida contém consciência em algum ponto do seu próprio desenvolvimen­to, quer você a frite, cozinhe ou colha da horta; você a ingere para manter-se nutrido. As vossas emoções são alimento para outros seres. Quando vocês são controlados para gerarem de­vastação e fúria, estão criando uma frequência vibracional que sustenta a existência destes outros seres, porque é disso que eles se nutrem. Existem seres que vivem da vibração do amor, e esse grupo gostaria de restabelecer o alimento do amor neste pla­neta.

Eles gostariam de ligar este universo na frequência do amor para que ele tenha a oportunidade de sair e semear outros mundos. Vocês representam o grupo renegado da luz, concorda­ram em voltar ao planeta, e têm uma missão. Vieram para estes corpos físicos para assumirem o seu comando e mudá-los através do poder da vossa identidade espiritual. Todos selecio­naram com muito cuidado as linhagens genéticas que lhes trariam a melhor vantagem inicial. Cada um escolheu uma história genética através da qual membros da Família da Luz já passaram.

Quando os seres humanos viviam nos domínios que lhes pertenciam por direito e podiam compreender diversas reali­dades, possuíam a capacidade de serem multidimensionais, de serem iguais aos deuses. Vocês estão começando a desper­tar esta identidade dentro de si. Os deuses assaltaram esta realidade. Para que vocês acreditassem serem eles Deuses com D maiúsculo, os remode­laram geneticamente. A Família da Luz foi expulsa do planeta, e o time das sombras, que operava através da ignorância, assumiu o co­mando. Os corpos que ocupam carregam o medo e a lembran­ça da luta pelo conhecimento que estes deuses representavam e roubaram de vocês. Estas criaturas espaciais magníficas podem exercer a manipulação de várias maneiras e trabalhar com a realidade de inúmeras formas diferentes.

Os humanos, na ignorância,começaram a chamar estas criaturas espaciais de Deus, com D maiúsculo. Deus com D maiúsculo jamais visitou este planeta como uma entidade. Deus com D maiúsculo está em todas as coisas.Vocês lidaram apenas com deuses com d minúsculo que de­sejavam ser adorados, queriam confundi-los e consideravam a Terra um principado, um lugar que possuíam nas fímbrias da galáxia deste universo de livre-arbítrio. Antes da pilhagem, vocês possuíam tremendos atribu­tos. O exemplar biogenético do ser humano original recebeu informações maravilhosas, era interdimensional e podia fazer coisas incríveis.

Quando estes deuses criadores assaltaram o planeta, acharam que as espécies locais sabiam demais Elas possuíam capacidades muito semelhantes às de quem deseja­va passar por Deus.

Bárbara Marciniak - Mensageiros do Amanhecer - baixe o livro AQUI!


Conhecereis a verdade e ela vos aterrorizará.

Estamos sendo enganados faz séculos...mas onde está a novidade? No tipo de engano, que é um engano dentro do outro para que não possamos ver o quadro como um todo.

Deus que não é deus, é apenas um ente alienígena predando nossa energia??? Difícil de acreditar, né? Eu sei... Especialmente quando não o podemos ver e perceber seu modus operandis. Mas como não estou sozinho nessa empreitada vamos expô-los mesmo correndo o risco de nos expor.

Esse texto não foi feito para sua mente lógica, foi feito para a sua memória adormecida.

Mas antes uma ideia tão simples, tão óbvia e tão lógica. Não há surpresa em deus ser um alien, especialmente um falso deus, pois a própria ideia de deus implica em algo além do humano, além da Terra. E se fomos criados por ele nossa própria humanidade tem uma outra origem (uma origem bem diferente das teorias mais aceitas). Lógico. Assim a pergunta de Erik Von Danniken torna-se uma afirmação, os deuses foram e são astronautas.

Que pira, hein!? Juro de pé junto que estou sóbrio. Mas não dizem que a realidade é mais alucinante que a ficção?

Comentários e indagações ao texto de Gênesis 3.

Recomendo antes ler o post "Uma estória mal contada" e para quem não leu os outros posts sobre predadores recomendo ler antes para um melhor entendimento.

Quem é nós? Se Deus, que é único, não estava só, quem estava com ele nas mesmas condições de conhecimento do bem e do mal?

Se for dito que eram o Filho e o Espírito Santo, não há nada no texto que ateste isso. No texto apenas a Serpente, detinha também esse conhecimento do bem e do mal. Portanto a Serpente era como deus, sabedora do bem e do mal.

No original em hebraico Deus é Elohim, uma palavra no plural, que significa Deuses. Deus é Elohá.

Ao comerem do fruto da árvore do conhecimento o casal original não morreu tal como "Deus" disse. Por conseqüência "Deus" mentiu e a serpente disse a verdade.

Apenas a árvore do conhecimento era proibida, a árvore da vida não. Assim deduz-se que ao terem acesso a esta árvore o casal original era imortal. Assim o texto é paradoxal, pois foram expulsos do Éden para que não tivessem acesso a algo que já tinham. Aliás o texto é paradoxal porque "Deus" mente, "Deus" não é Deus, na verdade, são Deuses, e expulsa o homem de ter acesso a eternidade para que ele não se equiparasse a eles próprios. Os deuses não queriam que o homem se tornasse como eles, por isso foi expulso.

Que Deuses são esses? Seriam Deuses? Ou seriam outra coisa? Que tipo de ser passeia pelo jardim do Éden ao fim da tarde sem saber o que se passa, pergunta “onde estás” e diz-se Deus?

O casal primordial tinha acesso aos frutos da árvore da vida, então, era de se supor imortal, mas imortalidade esta dependente do consumo de tal fruto. Não seria por isso a proibição e a expulsão do Éden, esse clube dos deuses? A morte para o casal primordial veio pela falta de acesso a árvore da vida e não por ter comido da árvore do conhecimento.

Não ilustra bem a proibição de acesso a árvore do conhecimento o desejo de manter uma exclusividade pelo poder por parte de seres que se intitulam deuses?

Não é esta história um conto botânico, enteógeno? Parece que descobrimos a raiz do proibicionismo contra certas plantas naturais...risos.

Está escrito talvez por causa desse clube dos deuses o seguinte - Mateus 11;12:

E desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto.

Na verdade, esta história da queda é a história de um falso deus, de falsos deuses, esses seres são os predadores de consciência revelados atualmente por Carlos Castaneda.


O deus do Gênesis, primeiro livro da Bíblia, não é Deus.

A maior referência mítica, religiosa e cultural sobre os predadores ou sombras de lama, como escreve o nagual, é a estória da queda, contida em Gênesis 3.

Não entraremos na questão de Deus em si, mas queremos mostrar esse deus que está na origem da bíblia, pois ele é não é Deus, é um ente que se arroga como tal. Não se comporta como tal, não é onisciente, mente e é egoísta, quer o conhecimento apenas para si, apenas para os seus, bem como a imortalidade.

Esse deus que não é Deus, mas é tido por tal, é o predador revelado por Carlos Castaneda.

A Serpente edênica por outro lado é nossa aliada, amiga da humanidade, nos revela o conhecimento e desmascara o pretenso deus. A Serpente é um símbolo sagrado em diferentes tradições, inclusive na tolteca, lá ela é Quetzalcoatl, a serpente de plumas, a serpente emplumada. No Juremal a serpente é uma constante, usando a árvore como proteção e tornando-se miticamente sua guardiã.

O próprio nagual fez extensas pesquisas sobre o tema não encontrando nenhuma referência sobre os voadores em outras culturas mas o tema do voador ou do predador está na essência de uma das primeiras estórias bíblicas, bíblia que é a matriz cultural de nossa civilização, civilização de predadores, bíblia de voadores. E, por sua vez, a história da queda é matriz cultural que dá forma ao padrão de comportamento básico de nossa civilização, o padrão do pecador.

A referência fundamental está e estava ali disponível para o nagual e para qualquer um, é a história da queda do homem contida na bíblia.

A Serpente representa a consciência da Terra, é a consciência do mundo natural, feminina e ecológica, representa o eterno poder do feminino, e como somos filhos da Terra, essa consciência também se expressa em nossos corpos, em nosso corpo ela é a serpente Kundalini dos iogues. O objetivo da consciência da Terra é nos conectar com ela para que nos libertemos da mente do predador. O uso sábio e sóbrio de plantas de poder é uma forma de nos conectarmos a essa consciência e promover o despertar da serpente Kundalini. Muitos caminhantes do Xamanismo de plantas de poder não ignoram a capacidade de estimular a Serpente Kundalini de plantas de poder como a Ayahuasca. Algo que exige do praticante grande equilíbrio ao lidar com esta Força. Não é à toa que a serpente é o clássico símbolo da medicina, pois Ela é a medicina contra o parasita que é o predador. Ao nos conectarmos com a consciência da Terra adquirimos a harmonia e a paz interior que implica na cura da mente doentia do predador.

O cultivo do brilho da consciência em conjunção com o uso sóbrio e sábio de plantas de poder é outro fator para o despertar e o desenvolvimento da Kundalini.

Sobriedade é um caminho perigoso, pois não é um insosso caminho que foge da luta, mas é um equilíbrio delicado e dinâmico entre os opostos. Falsa sobriedade é uma abstenção, na maioria das vezes covarde, sem a graça e a plenitude da vida. Verdadeira sobriedade é trilhar o caminho entre os extremos, incólume, humildemente, sabendo que a morte está a um braço de distância.

Nem todos precisam do auxílio de plantas de poder.

O uso de plantas de poder é uma forma de nos conectarmos com a consciência da Terra. Alguns, em especial as mulheres, já possuem essa conexão por si. O uso de plantas de poder não pode ser indiscriminado. Deve estar em harmonia com a energia e a configuração de cada um. Cada um tem uma planta que lhe é favorável, tornando-se assim um aliado.

Já o cultivo do brilho da consciência é fundamental.

Este brilho é a fonte de alimento dos predadores.

Também é a fonte de alimento de nossa alma, de nosso corpo de energia.

“Consciência alimenta consciência”.

Através de nossas emoções alimentamos outros seres.

Os predadores criam traumas emocionais que sustentam um determinado padrão de energia que permite a sua subsistência. Precisamos cortar-lhes a comida. Precisamos deixar de sentir medo.

Por aí dá para perceber porque as religiões teístas e patriarcais perseguiram e perseguem o feminino até hoje. A mulher não está tão sujeita ao predador como o homem, então teve que ser sujeitada pela força. A caixa de percepção que é o útero feminino teve que ser domado pela força, pelo preconceito, pela repressão, pelo rebaixamento da mulher e pela proibição dela como sacerdotisa. Não há mulheres ocupando posições de destaque no Judaísmo, no Cristianismo e no Islamismo, as 3 grandes religiões do mundo.

Por aí dá para perceber porque fomos afastados do mundo natural, da natureza e fomos trancafiados em grandes cidades, em enormes humaneiros, onde homens não são mais seres humanos, não são mais mamíferos em harmonia com o meio, são parasitas que se reproduzem destruindo tudo a sua volta. Tal comportamento é reflexo da mente alienígena do predador.

A humanidade atual foi feita à imagem e semelhança do predador.

Por aí podemos perceber porque a agenda de destruição do planeta em ação há séculos. Afinal de contas porque humanos conspirariam contra humanos e contra si mesmos? A essência da dominação consiste em dividir os dominados para assenhorar-se deles. Notem quem em torno da Bíblia existem 3 grandes religiões patriarcais e teístas, que lutam entre si pelo rebanho e que estão divididas em milhares de seitas, facções e igrejas, e que no suposto lugar do túmulo de Cristo existem dois túmulos (relativos a diferentes seitas) e vários altares.

Para a mente é difícil acreditar nisso, mas é porque esta mente não é nossa de fato, por isso não temos nenhum controle sobre ela. Já tentou ficar 2 minutos sem pensar?

No sonhar eles, os predadores, têm a capacidade de se metamorfosear. Mas não apenas no sonhar. Parece haver diferentes tipos conforme o tipo de energia com que se alimentam. São um grande pé no saco dos sonhadores conscientes que dão os primeiros passos para fora da cerca. Não tem um pingo de dó de nós, nos sugam impiedosamente num verdadeiro estupro energético. Uma visão nada agradável. Mas nem por isso assustadora. São seres naturais, pertencem a Natureza, num outro nível de realidade, mas bem próxima a nossa realidade. Quando aumentamos nossa energia eles vêm que vem em cima, numa ansiedade louca por comida, nós. São inteligentes, organizados e nos atingem em nosso ponto fraco, intensificando nosso diálogo interno nas questões que nos preocupam ou que nos fazem vibrar dentro de uma emoção negativa. Parece haver uma predileção, por exemplo, pelos fanáticos religiosos. Lógico.

Como disse o nagual nossas armas são disciplina e silêncio interior.

Diferentes tradições nativas os reconhecem, reconhecem a existência dos predadores.

Há uma tribo africana, os Zulus, onde os deuses são vistos como inimigos do homem.

Esses deuses, que são em verdade os predadores, são chamados de chitauri, que significa os ditadores que nos transmitem a lei. O vídeo abaixo é parte de uma longa entrevista com um xamã africano chamado Credo Mutwa e fala an passant nesse assunto dos chitauri.



Uma tribo australiana, os Coorie, os chama de Byamie.

Temos isso também na mitologia grega, especialmente no mito de Prometeu, onde os deuses se opõem a entrega do fogo ao homem. Deuses, hein!?

Blasfemo, blasfemo, blasfemo! Parece que ouço o coro de sombras a berrar...

David Icke, pesquisador inglês, os chama de Reptilianos. Para ele nem todos são predadores.

Bárbara Marciniak, de Mensageiros do Amanhecer, os chama de Lizzie (Reptilianos) e também diz que nem todos são predadores.

Afinal, a serpente mítica da queda não quis nos ajudar?

Aqui está o fruto proibido do conhecimento.



domingo, 14 de janeiro de 2024

Disciplina - parte 5 - Passes Mágicos



Os passes mágicos são um sistema de movimentos desenhados para alcançarmos silêncio interior e, portanto, uma manobra prática e efetiva contra a mente do predador. Foram descobertos por xamãs do México antigo em estados xamanísticos de consciência intensificada e foram organizados por Carlos Castaneda e seu grupo. 

São capazes de produzir um nível de energia e de habilidade incomuns no corpo do praticante, pois redistribuem e recanalizam a energia que perdemos com as preocupações e ansiedades cotidianas de volta para os nossos centros vitais. 

Esses xamãs tinham e tem um profundo foco na saúde e no bem-estar em níveis de excelência, e esses passes estão impregnados desse intento, por isso são chamados de mágicos, pois transformam nosso corpo de forma mágica.

***

O que é Tensegridade?

Tensegridade é a versão modernizada de alguns movimentos conhecidos como passes mágicos desenvolvidos por índios xamãs que moraram no México em épocas anteriores à Conquista Espanhola.


Épocas anteriores à Conquista Espanhola é um termo usado por Dom Juan, um índio mexicano xamã que apresentou Carlos Castaneda, Carol Tiggs, Florinda Donner-Grau e Taisha Abelar ao mundo cognitivo dos xamãs que viveram no México nos tempos antigos que, segundo Dom Juan, foram de 7000 a 10.000 anos atrás.


Dom Juan explicou a seus estudantes que aqueles xamãs descobriram que, através de práticas que ele mesmo não podia penetrar, é possível para os seres humanos perceber a energia diretamente como ela flui no universo. Em outras palavras, segundo Dom Juan, aqueles xamãs diziam que qualquer um de nos pode se livrar por um momento do nosso sistema de transformar o influxo de energia em informação sensorial própria ao tipo de organismo que somos. Os xamãs afirmam que, transformar o influxo de energia em informação sensorial cria um sistema de interpretação que transforma o fluxo de energia do universo no mundo da vida cotidiana que conhecemos.

Dom Juan explicou ainda que uma vez que os xamãs dos tempos antigos estabeleceram a validade da percepção direta de energia, que chamaram visão, eles a refinaram usando-a neles mesmos, isso quer dizer que eles percebiam uns aos outros, sempre que queriam, como um conglomerado de campos energéticos. Para aquele que “viam”, os seres humanos percebidos de tal modo eram como esferas luminosas gigantes. O tamanho de tais esferas luminosas é o comprimento dos braços abertos.

Quando os seres humanos são percebidos como conglomerados de campos energéticos, um ponto de luminosidade intensa pode ser percebido nas costas, na altura da clavícula a uma distância de um braço. Antigamente, as pessoas que vêem, que descobriram esse ponto de luminosidade, o chamavam de ponto de aglutinação, porque eles concluíram que é aí que a percepção se aglutina. Eles perceberam, auxiliados pela sua visão, que naquele ponto de luminosidade, o local que é homogêneo para a humanidade, convergem zilhões de campos energéticos na forma de filamentos luminosos que constituem o universo. Ao se convergirem para lá, eles se tornam informações sensoriais, que são utilizadas pelos seres humanos como organismos. Esta utilização da energia convertida em informação sensorial foi considerada pelos xamãs como um ato de magia pura...energia transformada pelo ponto de aglutinação em um mundo verdadeiro, global no qual os seres humanos como organismos podem viver e morrer. O ato de transformar o influxo de pura energia num mundo perceptível era atribuído pelos xamãs a um sistema de interpretação. Sua conclusão arrasadora, arrasadora para eles, é claro, e talvez para alguns de nós que temos a energia para ter atenção, era que o ponto de aglutinação não era unicamente o local onde a percepção é aglutinada pela transformação do influxo de energia pura em informação sensorial, mas é também o local onde ocorre a interpretação da informação sensorial.

A observação seguinte deles foi que esse ponto de aglutinação é deslocado de modo muito natural e não obstrutivo da sua posição habitual durante o sono. Eles descobriram que quanto maior a deslocação, mais estranhos os sonhos que acompanhavam. Destas experiências de ver, esses xamãs pularam para a ação pragmática de deslocar voluntariamente o ponto de aglutinação. Eles chamaram esses resultados concludentes a arte de sonhar.

Essa arte foi definida por aqueles xamãs como a utilização pragmática de sonhos comuns para criar uma entrada para outros mundos pelo ato de deslocar o ponto de aglutinação pela própria vontade e manter essa nova posição, também pela própria vontade. As observações desses xamãs ao praticar a arte de sonhar eram uma mistura de razão e de ver diretamente a energia do universo enquanto flui. Eles perceberam que na sua posição habitual, o ponto de aglutinação é o local para onde converge uma porção específica e minúscula dos filamentos de energia que formam o universo, mas se o ponto de aglutinação muda de local, dentro do ovo luminoso, uma porção minúscula diferente de campos energéticos se convergem nele, tendo como resultado um novo influxo de informação sensorial.: campos energéticos diferentes dos comuns se tornam informações sensoriais, e os campos energéticos diferentes são interpretados como um mundo diferente.

A arte de sonhar se tornou para aqueles xamãs a prática mais absorvente. Durante aquela prática, eles experimentaram estados não igualados de força física e bem-estar, e no seu esforço de duplicar esses estados nas horas de vigília descobriram que podiam repeti-los seguindo certos movimentos do corpo. Os esforços culminaram com a descoberta e desenvolvimento de grande número de tais movimentos, que são chamados de passes mágicos.

Os Passes Mágicos daqueles xamãs do antigo México se tornaram sua possessão mais preciosa. Eles os rodearam com rituais e mistérios e somente os ensinaram as pessoas que eles iniciavam em meio a um enorme segredo. Esta foi a maneira na qual Dom Juan Matus os ensinou a seus discípulos. Seus discípulos, sendo o último elo de sua linhagem chegaram a conclusão unânime de que qualquer outro segredo, sobre os passes mágicos seria contra o interesse que tinham em tornar o mundo de Dom Juan disponível aos outros homens. Eles decidiram, portanto, resgatar os passes mágicos de seu estado obscuro. Eles criaram desse modo a Tensegridade, que é um termo na arquitetura que significa a propriedade das estruturas esqueléticas que empregam elementos de tensão contínua e elementos de compressão descontínua de tal forma que cada elemento opera com o máximo de eficiência e economia. Este é o nome mais apropriado porque é uma mistura de dois termos: tensão e integridade, termos que conotam as duas forças motrizes dos passes mágicos.

Extraído de Readers of Infinity, de Carlos Castaneda, Número 1, Volume 1, 1996. Publicado por Cleargreen, Incorporated, (c) Copyright 1996, Laugan Productions, Incorporated. Todos os direitos reservados.

domingo, 7 de janeiro de 2024

Sabemos, realmente, que somos mortais?


Sabemos, realmente, que somos mortais?

O fato da morte, da dissolução ao final desta existência nos coloca em um ponto completamente diferente de todos os caminhos tidos por espiritualistas e esotéricos hoje em moda.

"Espreitamos a nós mesmos como seres mortais ou imortais?"

A diferença do enfoque desta espreita é determinante em nossas posturas existenciais.

Conversando com muitas pessoas em situações diversas noto muitas delas alegando que trabalham com os paradigmas toltecas, mas neste ponto da continuidade da existência tentam sempre elocubrar, tergiversar, enfim, há sempre um "medo" de encarar a morte como o evento que dissolve nossa existência individual.

Concordo contigo na reação a esse fato, há um "sobressalto" inicial, por vezes assustador, mas logo depois vem a certeza que tudo que temos é esse "aqui e agora".

É tão profundo este jeito de viver, de se relacionar com o mundo, cada instante, cada momento, pode ser o momento final, pode ser o ponto final em nosso discurso existencial, assim, para alguém que lida com esta abordagem do caminho, não há dúvida que cada instante é tudo que temos e a qualidade de nossa vida em cada momento determina se estamos fluindo pelo Mar Escuro da Consciência ou continuamos na condição de navegantes num rodamoinho artificial, que nos leva para o fundo tendo a ilusão que estamos indo para algum lugar.

Está demonstrado que a energia disciplinada e focada é "ruim" para os predadores, eles não apreciam esse estilo de comportamento, assim agir com foco e disciplina é impregnar nossa energia pessoal de um "gosto" que não agrada os predadores.

Quando nos conscientizamos que só há o aqui e agora, tudo muda.

Descobrimos que não podemos perder tempo, não podemos nos manter num caminho sem coração, pode não haver um amanhã ou um "depois" para dizermos a quem amamos, o tanto que amamos, para fazer em cada momento de nossas vidas o que queremos e não o que querem por nós.

Precisamos olhar a nossa realidade circundante e corajosamente questionar : estou num caminho com coração?

É aqui que gostaria de estar?

Se houver um não como resposta a questão é: por que não mudamos já?

Ou estamos esperando papai do céu?

É radical, é revolucionária a proposta de vida daí resultante.

Sem dúvida alguma é a plena compreensão desta abordagem que nos dá a força e a integridade para fazermos de cada ato um gesto para o infinito, um gesto para a Eternidade.

É muito bom enfatizar isso pois tem pessoas que se aproximam das propostas Toltecas achando que estão em alguma religião que se "seguirmos os preceitos" encontraremos alguma "recompensa", "reinos do céu", " prêmios sagrados".

Total ilusão.

Um trabalho de vida inteira pode resultar em nada, pode levar a lugar nenhum.

É interessante compreender que pode haver um sobrevivência de personalidade após a morte física.

Temos muitos casos em várias tradições de seres que continuam a se comunicar após a morte, mas o que o caminho Tolteca coloca é que nestes casos temos "filamentos" sobrevivendo, os mesmos filamentos que voltam para a Eternidade um dia, os mesmos filamentos que vão e voltam, "encarnado" em outros seres e confundidos com "minha vida anterior" pelas práticas reencarnacionistas.

O conjunto de fibras que "animamos" durante a vida pode se cristalizar, há cristalizações de vários tipos, este ser pode sobreviver se, por diversos caminhos, tivermos criados um corpo de energia, vai sobreviver ainda mais tempo se certas medidas forem tomadas, vejam o trabalho dos ancestrais em mumificar o corpo ou agir de formas outras para garantir que o corpo dure por muito tempo.

Mas todas estas práticas apenas geram uma sobrevida, não a pretensa imortalidade.

No Fogo Interior D. Juan Matus revela uma linhagem de desafiadores da morte que enterraram seus corpos físicos em certos locais do México, o problema dessas práticas é que levam a um estado de continuidade, mas não de liberdade.

A sutileza do Caminho Tolteca, revolucionariamente ele não apenas trabalha as questões dos(as) desafiadores(as) da morte mas foi além, descobriu esta possibilidade, essa chance que temos de ter chance de reivindicar o "presente da águia", podermos entrar noutra condição de atenção, noutra condição de realidade que não é nem a primeira atenção, esta que nos circunda, nem a segunda atenção, que abrange mundos outros que não este, mas um estado misterioso, chamado de terceira atenção, onde, após morrermos e abandonarmos esta primeira e segunda atenção, após devolvermos a consciência que nos foi "emprestada" para a desenvolvermos com nossas experiências, podemos reivindicar, se tivermos energia e intento para isso, um estado existencial distinto.

Mas tudo isto são possibilidades, algo que "pode" acontecer, para o qual não temos nenhuma certeza.

Por isso, a meu ver, o (a) praticante do caminho Tolteca, intenta estes objetivos com sua mais profunda percepção e isto reflete na VIDA.

Para meu entender, praticar as propostas do Caminho Tolteca é um ato de cada instante, de cada momento, cada mínimo ato é um profundo desafio.

Ler este mail, a postura que estamos, nosso cocar colocado, nossa sintonia, atos simples como lavar um copo, andar, estar onde estamos, tudo isto é tido como um desafio, como um trabalho para ampliar a consciência e nos afastar da condição robotizante que é a " normal" e nos despertar para as tremendas possibilidades ao nosso alcance.

Fomos condicionados a agir como máquinas, em vários setores de nossas vidas, estar aqui e agora, pleno, isto muda tudo, se nos conscientizamos que a vida é única, que esta vida é tudo que temos de fato, que este momento é nosso único e efêmero instante, tudo muda, nossa qualidade de existência se transforma para outros valores e podemos ousar deixar de sermos robôs e entrarmos na condição distinta de seres vivos, auto-conscientes.

Estou numa empresa que dou consultoria em São Paulo. Fico observando como as pessoas são sugadas na cidade grande para estarem mais robotizadas, fora dos ciclos da natureza.

Agora enquanto escrevia este mail fui até a linha de produção passar para eles uns exercícios físicos de alongamento, destinado a evitar LER (lesões por efeitos repetitivos).

Fiquei observando como as pessoas fazem as coisas automaticamente, nestes momentos que paramos para estes exercícios há uma mudança do "automatismo", por alguns instantes elas estão ali mais presentes, o sorriso, os comentários, é incrível observar como a energia muda por alguns instantes.

Mas alguns instantes depois já voltam a uma participação mais "dormente".

E nós?

Como estamos?

O dia todo, cada instante é um desafio ou temos "momentos" e depois permitimos que os "problemas" do dia a dia, nossas atividades outras nos consumam e nos adormeçam?

O desafio do (a) praticante de caminhos como o Tolteca é justamente ir além do automatismo, é despertar de fato para nossas potencialidades interiores.

Só aí temos vida, antes temos sobrevivência.

É muito interessante observar isso.

Não fomos "criados" para este estado, não é nosso destino "evoluirmos" para esta condição.

Não é um “caminho" espiritual.

O Caminho Tolteca é uma descoberta, resultado do estudo, da observação, dos erros e acertos de gerações incontáveis de homens e mulheres.

É muito trabalhoso porque não é "natural", é um caminho de desafios constantes e crescentes.

É muito importante entender isso, o Caminho Tolteca não é uma "revelação".

Se estudamos com cuidado vamos notar que no começo o caminho Tolteca ajudou a induzir muito erros, vejam os ancestrais desafiantes da morte, as armadilhas sutis que caíram.

Notem por exemplo quantos praticantes caíram no mundo dos seres inorgânicos, os desafios iniciais quando julgavam que a segunda atenção era um mundo "espiritual", "superior", como tantos caminhos ainda hoje julgam ser, enfim, tais equívocos só foram superados pela prática e observação de incontáveis gerações.

E é interessante observar que muitas práticas que são apresentadas como Xamanismo hoje, são abordagens dentro desses paradigmas ancestrais.

Os (as) Toltecas não foram apenas um povo no sentido étnico. A comunidade xamanística Tolteca foi um estado de consciência, atuando em vários pontos de uma vasta região.

Eventos intensos foram forçando mudanças perceptivas quanto a realidade.

Foram momentos duros, como a invasão e subjugação, primeiro pelos povos nativos mesmo, como Astecas e outros, depois pelos conquistadores europeus que levaram o Caminho Tolteca a afastar-se de tudo que era mera fantasia e buscar um pragmatismo cada vez maior e efetivo.

Dentro de sua tribo os(as) Toltecas eram capazes de manipular o ponto de aglutinação de todas as pessoas que estavam ali, mas quando chegaram os invasores tudo mudou, poderosos(as) xamãs morrendo como moscas.

Os(as) sobreviventes foram então avaliar, avaliar como eles sobreviveram e os outros não, como seus " aliados" os ajudaram e aos outros não e então muita coisa mudou, pois começaram a perceber que a questão chave estava no "poder pessoal".

Hoje somos herdeiros desse caminho, os novíssimos videntes.

Os antigos videntes, adeptos de práticas que valorizavam mais os fenômenos e o contato com a segunda atenção como se ela fosse um mundo "espiritual" e tal, evoluiu para o caminho dos novos videntes, quando sob ataque de grupos diversos os herdeiros e herdeiras do Caminho foram se aprofundando em práticas mais profundas e de efeitos pragmáticos e hoje, graças a ação implacável do Nagual de 3 pontas, podemos partilhar deste milenar saber e arriscarmos nossa chance de continuar a aventura que nos é proposta, a chance de termos chance.

Cá estamos, praticantes deste desafio intentando esse sonho fugidio.

Nuvem que Passa
 Qui Jul 4, 2002 10:17 am

Homenagem à Morte com Mantra



domingo, 31 de dezembro de 2023

Egrégoras e energia natural - parte 2 (final)



Egrégoras e energia natural - parte 1 (no link).

Existem diversas realidades, esta mesmo que vivemos tem variações e existem mundos paralelos tão parecidos com esse que sei de xamãs que acordaram nestes mundos e nunca mais voltaram para este e nem ficaram sabendo disto.

A densidade e a "vaporozidade" dessas realidades é relativa e depende do ponto de vista do observador, de onde vem e para onde vai. Efêmero me parece tudo que existe frente a vastidão da Eternidade.

Quando falamos em "mundos que geram energia" e "mundos que não geram energia" ou "mundo espectrais" é justamente para diferenciar mundos que tem relação com as propostas dos(as) xamãs que sabem ser importante ampliar sua própria energia pessoal e mundos que apenas consomem o poder pessoal do (a) xamã nada lhe acrescentando.

Assim a discussão no xamanismo vai mais longe que "realidade" ou "não realidade" e falamos de realidades condizentes com a estratégia de vida de um (a) xamã que busca a liberdade total e realidades não condizentes com esta proposta.

É bom lembrar que xamãs guerreiros(as) agem sempre por estratégia, não por princípios. Grande parte do treinamento inicial de um(a) xamã guerreiro(a) é aprender a ver a energia diretamente, além das barreiras da socialização. Este "ver" é interessante... Muitas vezes sonhei em ter a tal "clarividência" e a vez em que vi, de fato, me apavorei tanto, que me neguei a ver de novo... Tudo isto para anos mais tarde...livros e vivências depois... perceber que o "ver" independe de olhar... independe de forma visual... Muitas vezes é como um rastro de perfume, que passa por vc e pode ser deslocado no momento seguinte com uma simples brisa... Muitas vezes é como um toque suave de uma pluma invisível. Este "ver" deve ser constante e não basta apenas o "ver" que surge momentaneamente... E esta deve ser a maior dificuldade. Sim, VER aqui é um modo de dizer, como o sentido visual predomina em nossa estrutura "ver" acaba sendo usado para descrever esse estado de consciência que não é apenas visão, é o corpo inteiro percebendo a realidade. Ver acontece quando calamos nosso diálogo interno, quando paramos de dizer para nós mesmos o que nos disseram que era o mundo, então, outra descrição, esta mais ancestral, vinda da noite dos tempos, emerge, silenciosa em nosso interior e nos leva a perceber o mundo de forma completamente diferente da que até então estávamos habituados, para alguns caminhos isto é chamado VER, mas é mais que o sentido restrito do termo.

Mas uma egrégora não gera energia por si. Ela é alimentada, é resultante, daqueles que a geram e a mantém. Posso deduzir então que ela exige um esforço maior... Que pagamos um preço por nossas pequenas criações. Enquanto, se seguirmos o fluxo... se seguirmos a estranha e invisível estrada que guia os pássaros no inverno e os peixes na época da reprodução, então, realizaremos nosso objetivo com mais facilidade, menos desgaste e profunda harmonia com o Todo. Correto dizer isto? O Taoismo e o Xamanismo Guerreiro lidam exatamente com esta proposta, descobrir os fluxos do Tao ou do Intento e buscar fluir em harmonia com eles. Note porém que não é uma proposta passiva no sentido de apenas "seguir" é muito mais complexo que isso, por isto estes temas tem que ser abordados com todo o cuidado, a mente comum do ser humano, esta instalação alienígena que trabalha muito mais contra nosso despertar que a favor, não pode querer decodificar as coisas aqui em seus parâmetros, precisamos mergulhar em nosso sentir, na profundidade de nós mesmos para compreender mesmo o que tais termos como "fluir com o Tao" querem realmente dizer.

Ordens iniciáticas realizam ritos com certos padrões comuns em todas suas secções entre outras coisas para alimentar a mesma egrégora, fortalecer a "alma grupo" da irmandade.

Isso acontece em muitas ordens que dizem ser da "mão direita", não por "maldade", mas por desconhecimento de muitos que dela fazem parte. Com a pretensão de serem os "bonzinhos", logo os favoritos e especiais do universo, tais ordens deixam de explicar que fazem parte das mesmas leis que todas as outras formas de manifestação humana e que a energia é usada nestes grupamentos dentro de certas leis, como estas que comentamos. Há um dado mais sério aqui, muitos dos ritos dos povos nativos foram criados com finalidades específicas para um povo e região. Esses ritos foram criados para que tais pessoas naquele momento e naquela região se sintonizassem com poderes específicos. Outros ritos foram gerados para dar continuidade a função do ser humano enquanto vida orgânica sobre a Terra, captar energia que vem da Eternidade, metabolizá-la e entregá-la a Terra, ao Ser Terra e vice versa, captar energia do Ser Terra e metabolizá-la para que possa seguir a escala ascendente. Assim existem ritos que até hoje são celebrados por imitação que serviram em um tempo e espaço para funções que hoje estão perdidas, tais ritos viram um simulacro, onde podemos "agitar a luz astral", mas pouca coisa além conseguir. Tudo isso deve ser meditado antes de nos pormos a fazer ritos de ordens e "irmandades", ritos que algum pesquisador "catou" em livros ou assistindo pessoas que imitaram a forma mas perderam, em alguns casos, o conteúdo. Povos inteiros guiados pelos seus homens e mulheres xamãs deixaram essa realidade e foram viver em outros mundos.

Esta é a essência de todo o xamanismo guerreiro, assim como do Taoismo que estou aprendendo e de ramos esotéricos do Budhismo, de certas escolas de Yoga e de tantos outros caminhos chamados de iniciáticos. A imortalidade, ou melhor dizendo, a continuidade de nossa existência singular é "possível", é "alcançável", é "atingível" mas precisa de muito, muito trabalho e é este trabalho que o caminho do xamanismo guerreiro propõe.

Somos criaturas de sintaxe. Eu noto que alguém está realmente entrando no Caminho da ARTE quando começa a questionar as palavras, o vocabulário que usava, quando começa a perceber o quando estava enredado em frases e definições que nada diziam de fato. Questionar as palavras, o falar é questionar as bases paradigmáticas que nos deram, toda ela construída em palavras. Só depois de termos lidado conscientemente com as palavras podemos ir questionar e lidar com outros níveis de condicionamentos que temos, estes não verbais.

O fato é que o trabalho do xamanismo (guerreiro) é muito árduo porque ele é sem esperança, sem ilusões, luta-se por uma possibilidade, por um sonho que pode nunca ser atingido, mas com desprendimento e desapego lutamos com total foco na liberdade. Uma pessoa pode sobreviver a morte enquanto personalidade. E é aqui que o xamanismo guerreiro entra deixando claro um ponto. Uma personalidade é como um único programa dentro de seu computador, digamos o office. Vc usa muito o office e ele acaba sendo sua identidade. O computador quebra e o office se salva e instalado num novo computador. O office pode até mesmo sobreviver fora. Mas frente a riqueza que é um computador, tudo que há nele, todos os programas, o office é uma ínfima parte. Foi isto que os(as) xamãs guerreiros(as) descobriram após milhares de anos observando. Este tipo de sobrevida era uma farsa, a Totalidade do Ser era perdida e só um aspecto continuava. Isso levou os(as) desafiantes da morte a buscarem outros caminhos. Alguns povos, como alguns grupos e mesmo alguns xamãs isoladamente, criaram na amplitude da "Segunda Atenção" ilhas de existência.

É impossível falar da segunda atenção, podemos só aludir a ela. Chamamos de primeira atenção a este mundo, todo ele, tudo que percebemos em nossa condição usual de percepção. Existe um campo mais amplo da primeira atenção que não usamos, porque participamos muitas vezes de forma dormente e robótica da vida. A segunda atenção é tudo que vai além da primeira, todas as inenarráveis realidades que habitam as outras camadas da cebola. Os toltecas ensinam que temos dois "anéis" de poder, cada um deles conecta-nos com uma realidade. O primeiro anel de poder é este, que lida com a realidade, nasce e é cultivado em nós e então nos envolve, como uma bolha, fechando dentro de si nossa percepção e passamos a ficar presos nessa "realidade" que foi programada em nós.

As escolas de Xamanismo Guerreiro desenvolveram um método dos mais interessantes para ir ao segundo anel, ou a segunda atenção. Perceberam que grande parte da falha dos antigos e causa de sua queda, foi justamente ir para a segunda atenção com seu "eu" normal, caprichoso e cheio de estilos de agir que tornavam tais homens e mulheres presas fáceis de armadilhas várias que existem num universo predador como o nosso. Então resolveram que o treino de um(a) xamã começa por dividir a " bolha " da primeira atenção em duas metades. Em uma metade ficam todos os conceitos de vida, em outra nada, apenas o vazio.

Então, feito isso o (a) aprendiz se concentra em reorganizar a metade que ficou com os conceitos de vida. Não que possa jogar algo fora, mas pode mudar o enfoque, a importância de certos itens. Pode, por exemplo, afastar a vaidade da posição de conselheira e colocar a Morte. A vaidade vai continuar ali, como a morte estava, mas agora a importância de cada uma é diferente. Então, quando a essência perceptiva tiver reorganizado sua "ilha" vai poder ir para a parte vazia da "bolha" e através dessa parte vazia, isto é, silenciosa, sem conceitos prontos, encarar a Eternidade que existe fora da Bolha. Todos os mundos infinitos que não estão na Realidade Oficial, estão na Segunda Atenção. A primeira atenção é uma área pragmática de atividades para um ser humano enquanto ser humano, enquanto pessoa. A segunda atenção não vem "naturalmente" é fruto de um desenvolvimento proposital e é uma área pragmática de atividades para um ser humano enquanto xamã.

É um dos poderes do Sonhar, poder criar um mundo réplica de um que exista, ou mesmo algo totalmente novo, só pelo poder do Intento do(a) xamã que assim age. Mas tais mundos são mundos espectros, mundos que não geram energia e este é o perigo de se desenvolver em corpo sonhador sem amadurecer primeiro, sem sair dos joguinhos e dos pueris paradigmas que as religiões e as pretensas filosofias espiritualistas nos deram sobre o que são "mundos evoluídos", "mundos superiores" e os "seres de luz e pureza" que nos esperam lá.

Para realmente irmos a um mundo que é espectral temos que ter um corpo de energia, ou corpo de sonho em pleno funcionamento e isto é raro. Este detalhe é importante no xamanismo, para entendermos realmente a ARTE de Sonhar. O ponto de aglutinação pode se deslocar para fibras em nosso interior que nos colocam em outros mundos. Mas vamos ali, nestes outros mundos, enquanto entidades perceptivas, ir com o corpo de energia plenamente funcionando é outra coisa.
Também, aqui valem os ensinamentos de Mestre Yoda: um jedi, como um xamã, usa a "força" para sabedoria e defesa, não para o ataque". Se avaliarmos bem isto implica que o uso da "força" está no conhecer da Eternidade (sabedoria) e no continuar vivo e livre (defesa). Por isso no Xamanismo Guerreiro, não trabalhamos com divindades criadas pelo ser humano, ou egrégoras conscientes, buscamos diretamente na fonte, vamos a Terra, enquanto ser vivo e a seus poderes e manifestações, como ventos, cachoeiras, trovões, montanhas, chuva, vales, enfim, vamos a força manifesta em si, não a "representações" das mesmas.

Isto tem um poder tremendo, somos parte da Terra, não podemos viver sem contato com ela. Por isso os hospitais estão cheios, as farmácias vendem tanto e as pessoas andam tão deprimidas, perderam contato com o SER Terra que é nossa nutridora, que é parte de nós como somos parte dela. Quando recuperamos plenamente nosso elo com o Ser Terra surge um tipo de felicidade em nós, de plenitude, algo que não pode ser ameaçado ou tirado como outros tipos de felicidades, algo que nos torna plenos.

Isso é claro pra mim também, contato direto com a VIDA sem muito efeitos carnavalescos. Os ritos muito elaborados vieram sempre de grupos que estavam menos em contato com a Vida e mais com o intelecto. Tenho percebido que os rituais têm servido para testar a minha disciplina muito mais do que para "despertar poder" ou ampliar consciência. A não ser os rituais que chegam e se apresentam... como uma inspiração... como o vento que sopra no ouvido o gesto certo e a palavra adequada. Aí tb funciona bem! Para os(as) xamãs guerreiros um rito tem uma função principal: Desviar a fixação obsessiva que temos em nós mesmos, quebrar as amarras da auto-reflexão, diminuir o diálogo interno. Esta é a função do rito, pois o que provoca o resultado de um trabalho mágico não é o rito, mas o poder pessoal de quem o realiza e se conseguiu ou não alinhar sua vontade com o INTENTO.

"O xamanismo guerreiro é magia, não pode reconhecer coisas como "rezar" para algum poder. O termo rezar, tal qual é usado hoje, vem num contexto de pedir, de suplicar, de um ser suplicante implorando e chantageando uma força superior, tentando suborná-la com sacrifícios e promessas para que ela ceda e atenda o "suplicante".

Há uma diferença entre "suplicar a uma divindade" com algum tipo de propina para ser atendido e entrar em sintonia com os fluxos da realidade para fluir naquele que leva aos resultados que almejamos.

O Ser Terra é muito mais poderoso que qualquer egrégora humana criada, é mais antigo, mais pleno, e está em sintonias com certos "planos" que nós humanos sequer intuímos existir. Assim quando nos conectamos ao Ser Mundo para agir magicamente estamos na realidade entrando em sintonia com um poder que transcende o humano e tal poder "mais que humano" é uma energia muito mais poderosa para trabalhar no alcançar dos nossos objetivos com o rito que estamos realizando que um poder "humano" por mais ancestral que seja.

É bem interessante isso mesmo, isso é um dos aspectos que nós homens temos que aprender com a força feminina, ser mais maleáveis, fluir com menos rigidez.

Esse minha amiga que está comigo esses dias tem falado muito sobre isso, sobre sentir o Tao, a totalidade que é também consciente de si e que está sempre sinalizando em nosso caminho.

A arrogante civilização dominante programou muito bem as pessoas para acreditarem, como nas cortes, que são superiores por algum conjunto de hábitos bobos que tenham. Assim as mulheres tem sido mantidas exiladas de si e da sua magia enquanto aprendem cada vez mais a serem "machos".

Recuperar tais percepções aliadas a maturidade é um prêmio.

A não arrogância da criança e sua espontaneidade são muito úteis, mas o Deus e a Deusa tem quatro faces, precisamos é recuperar o arquétipo do Guerreiro e da Guerreira, do Curandeiro e da Curandeira, do Ancião e da Anciã, da Mãe e Do Pai, da Amiga e do Amigo, arquétipos que se tornaram meros estereótipos em nossa época.

Nuvem que passa
(escrito em 27/12/2000)

sábado, 30 de dezembro de 2023

Obviedades pouco óbvias

O segredo de um xamã e de um mago não é ter poder para atingir certos objetivos concretos.

O segredo consiste simplesmente em acumular, manter e recanalizar este poder.

Há em cada um de nós poder suficiente para produzirmos estados xamanísticos de consciência. Basta redistribuir tal poder.

Tal poder é nosso brilho da consciência. É a nossa semente. Nosso sêmen. Nossa essência.

Pode-se traduzir poder por estado interior. Poder é a capacidade de acessar certos estados interiores que nos levam a acumular mais poder, poder sobre nós mesmos.

É o poder que permite a manifestação externa, seja de um aliado ou de uma situação.

Isto parece tão óbvio que chega a ser uma tautologia, mas é como algo que está tão próximo de nossa visão que não percebemos.

Um xamã, um mago visa a conquista de si mesmo, do estado interior correto para a manifestação adequada.

A primeira das posições a ser conquistada em si é a implacabilidade, saber que um é igual a tudo.

Tal conquista reflete-se no brilho do olhar, os olhos do intento, reflexo do brilho da consciência no corpo do xamã.

Ao invocar ou evocar certas forças buscamos o estado interior adequado para a manifestação pretendida, ou seja, a posição do ponto de aglutinação para a manifestação concreta adequada.

A magia do xamã é tornar-se um poder em sintonia com outros poderes. Podemos chamar isso de ALINHAMENTO. Ou de ressonância.

A falha do aprendiz ou do iniciante é não ter a PACIÊNCIA (inclusive consigo mesmo) e a persistência para fixar o estado interior adequado. Ao ver que a manifestação não ocorre de pronto o aprendiz entra, as vezes, num estado de frustração que sabota sua intenção.

A conquista de si mesmo, o domínio de certos estados interiores, a fixação deliberada do ponto de aglutinação, é um processo que pede disciplina, controle, paciência e senso de oportunidade.

Sejam pacientes consigo mesmos, tenham bom-humor, a vitória é certa para quem não desiste: intento inflexível.

Lembremos que para um xamã-guerreiro a vitória ou a derrota é menos importante que dar o melhor de si mesmo.

A energia equilibrada produz uma efervescência tranqüila, alegre, como uma vibração em nosso corpo, ao longo de seu centro, que dá inteligência para resolver problemas e em si mesma um prazer que por sua natureza é desconhecido da maioria. Nessa energia prazerosa e tranqüila ouvimos a voz de ver, nosso mestre interior, o próprio sussurro do espírito em nós mesmos.

Observação:

A importância das palavras e do silêncio é algo que precisamos compreender dentro do ensinamento do xamanismo guerreiro.

Seu uso adequado segue a dualidade entre tensão e integridade, relaxamento e tensão, que existe na Tensegridade. O silêncio e a palavra são as forças duais da arte da espreita, a arte do relacionamento, que permite que possamos extrair energia e poder em nossas interações cotidianas pelo conhecimento de nós mesmos.

Formular o nosso intento a partir do silêncio interior torna o nosso comando o comando que emana da própria Águia ou Espírito.

Sabemos que as palavras são o instrumento de poder do espreitador, o nagual expressa isso em O Poder do Silêncio, conforme:

"Primeiro o nagual Elias explicou a Don Juan que o som e o significado das palavras eram de suprema importância para os espreitadores. As palavras eram usadas por eles como cha­ves para abrir tudo que estivesse fechado. Os espreitadores, por­tanto, tinham de afirmar seu objetivo antes de tentar alcançar. Mas não podiam revelar seu alvo verdadeiro no início, de modo que deviam verbalizar as palavras com cuidado para esconder a intenção principal".

Até aqui as palavras do nagual Carlos Castaneda. É bom dizer que quando cito o nagual o faço dentro do espírito de respeito e admiração pelo mesmo e não por algum tipo de vaidade intelectual ou ostentação teórica.

As palavras daquele texto me foram vertidas dentro de um determinado estado interior, um alinhamento do meu poder com outro poder. Por mim mesmo ou em meu estado usual de consciência não as teria conseguido formular. E, contudo, aquele poder não era diferente daquilo mesmo que SOU. Refiro-me aqui a totalidade do ser, aspectos da consciência que qualquer um de nós pode acessar. Por exemplo, alguém que fosse adepto do espiritismo acreditaria estar mediunizando uma entidade, psicografando um texto. Não se trata disso. Como pessoas e poderes individuais estamos conectados a poderes muito mais vastos que nós mesmos, mas não temos consciência disso e não acreditamos que isso seja possível. Mas é.


quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Mora, na Filosofia

                 

O Poder, em sua natureza impessoal, possui uma linguagem direta que se expressa através de tudo: dos eventos naturais, das relações sociais e das manifestações das próprias coisas ditas inanimadas, deixando sua marca registrada através de coincidências significativas, sincronicidades. 

Estar atento e sintonizado para essas comunicações não verbais é a tarefa do aprendiz de Xamanismo. Tais comunicações não verbais expressam a linguagem silenciosa, a linguagem sem linguagem do Poder, do Intento, do Nagual. 

O silêncio interior é a matrix deste conhecimento silencioso que exige do aprendiz uma condição física perfeita e uma mente estável para revelar os seus arcanos. 

Aqui, na verdade, estamos diante de um outro sistema cognitivo, de uma nova epistemologia, de uma práxis da fenomenologia, como disse certas vez o nagual de 3 pontas, que nos permite transpor os limites kantianos e responder de forma prática à Schopenhauer, e, assim, o Xamanismo torna-se a ponte real e perceptiva que nos leva do fenômeno para o númeno, da representação para o real, da descrição para a coisa em si.





sábado, 23 de dezembro de 2023

Cada caminhante é em última instância seu próprio caminho

Saudações Ventanias; 

Em mail anterior prometi falar um pouco sobre as origens do Xamanismo em termos históricos. O que vou narrar aqui é história como os (as) xamãs entendem história, não uma narrativa linear de eventos, mas o cerne do interesse dos (as) xamãs é algo sutil, é sobre a manifestação de uma força misteriosa, com a qual lidam todos que buscam a "alma do mundo". 

Leio muitos mails, dos mais diversos, diariamente. Mais jornais e livros e conversas com pessoas e cursos, dá para ir formando uma ideia de como é o "senso comum " da realidade. As pessoas do mundo "comum" foram condicionadas a uma percepção da realidade, por um conjunto de condições históricas que culminou na revolução industrial. Com a ocorrência da revolução industrial há uma produção de manufaturados em larga escala, uma necessidade de matéria prima também em grande quantidade, uma necessidade de que pessoas comprem o que está sendo produzido, enfim, as necessidades da revolução industrial criou toda uma era, a Era Industrial. 

Estudiosos como Toffler, Domenico de Masi, Giovanni Vismara, A. Touraine, Gershuny e tantos outros(as) já falam sobre o fim da Era Industrial e a transição que estamos vivendo para outra Era, outra "Onda " no dizer de Toffler. A revolução industrial, entretanto, ainda representa um conjunto de valores que dominam muitos setores da sociedade, inclusive a mídia e algo que tem poder sobre a mídia tem o poder de vender a própria imagem como quer. Esse poder da mídia é um tipo de magia moderna que muitas vezes passa despercebida.

 Existem pessoas que sabem usar do poder da mídia para criarem frente ao mundo uma imagem, isso é magia, criar, gerar algo por intenção. Este poder da mídia associado a religião, escola e educação familiar são vetores eficientes de conceitos e paradigmas da era industrial. Cada um desses conceitos e paradigmas são limites a nossa percepção. E são esses limites perceptivos que precisam ser investigados e compreendidos para que possamos não apenas deixá-los de lado por um tempo, mas realmente nos tornarmos entes perceptivos e singulares, gerados a partir de nós mesmos, de nosso cerne silencioso, intocado por qualquer programação exterior. Dessa forma vem a memória um dos conceitos importantes sobre xamanismo que o velho nagual apresentou ao novo, no mito tolteca atual: " Não é que a medida que o tempo passa o(a) guerreiro(a) aprenda Xamanismo; antes, o que ele aprende enquanto o tempo passa é economizar energia . Esta energia vai capacitá-lo a manipular alguns campos de energia que são normalmente inacessíveis a ele. Xamanismo é um estado de consciência , a capacidade de usar campos de energia que não são empregados para perceber o mundo cotidiano que conhecemos" (de "O Poder do Silêncio" citado no "A Roda do Tempo". 

Este conceito é de uma sutileza e abrangência fenomenais, a capacidade de exprimir em sintaxe comum tais conceitos revela uma maestria das palavras que é bem mais que a expressão entre dois seres perceptivos e conscientes, mas algo mais mesmo, algo relativo a essa estranha "Força" que permeia a Realidade mais ampla , na qual estamos inseridos, como uma camada em vasta cebola. O Xamanismo tem sido sempre isto, ir mais longe, ir além, ser mais amplo, ampliar a consciência. Os meios que podem ser utilizados são vários e 

cada caminhante é em última instância seu próprio caminho.

Dentro desta proposta o Xamanismo é a herança que temos de uma civilização anterior que existiu num outro tempo e outro espaço, mas que nos antecedeu. Os clãs de vários lugares tem história sobre um mundo anterior a esse, o quarto mundo de onde nossos antepassados vieram depois que tal mundo foi destruído. Há muitas histórias que tentaram com armas, doutrinas, pregações, medo, culpa e dor apagar de nossa memória. 

Mas o tempo mítico está voltando, as emanações de Hunab Ku voltam a incidir sobre nosso plano da realidade. Estávamos como que em um eclipse, em relação a Hunaby Kü, agora outro tipo de energia começa a incidir sobre nós. Nós sabemos disso, mas os Senhores e Senhoras Feudais atuais também sabem e seus feiticeiros de aluguel estão cuidando , através de meios com títulos sofisticados como "engenharia religiosa", " engenharia e gestão de comportamento de massas" entre outros, desenvolver linhas de ações por todo o planeta para evitar que no momento da grande transição, em "aproximadamente" 23 de Dezembro de 2012 façamos a conexão com o vasto poder que vai estar, como uma nuvem, passando por aqui. Se esta conexão for feita estamos reconectados com o Centro Galáctico, com a vasta energia que de lá emana e teremos entrado noutras possibilidades realizadoras em termos efetivos e concretos, no TONAL da Realidade. 

Mas as possibilidades que se abrem no outro campo é também imensa, pois sabemos que o campo adequado para se "treinar" no Nagual é o campo análogo ao tamanho do poder do Tonal sobre a realidade. O velho nagual mostrou isso ao grupo do México levando-os em excursão para um vale distante e lá colocando uma mesa com objetos em cima e usando tal mesa para demonstrar o Tonal, frente a vastidão do Nagual, quando foram a uma montanha longe olhar a mesa, imperceptível, no meio do vasto vale. Recomendam os Naguais da linhagem Tolteca que não nos percamos tolamente no mundo do Nagual, ou seja, em todas as outras realidades alternativas a essa que realmente existem. Este é um detalhe muito sutil no Xamanismo. 

Xamanismo é simplesmente usar o corpo esquerdo para perceber a realidade de forma funcional e ampliar a capacidade do corpo direito para o mesmo fim. Agora a nossa "personalidade", nossa estrutura psíquica frente a tudo isso que podemos fazer é algo que pode ou não ser cultivado. Podemos nos trabalhar, aprender a lidar e ir além das carências e medos, fantasias e culpas que o sistema criou como travas para impedir nossa liberdade por isso o Xamanismo Guerreiro não começa com "caçar animal de poder" ou ir a outros mundos e tudo mais que pode ser sim feito e deve, depois. 

Primeiro é preciso trabalhar o aqui e agora, pois tenho tido cada vez mais certeza na minha experiência pessoal que toda pessoa que consegue se realizar aqui e agora, que consegue lidar com o imanente está pronta para a aventura e o desafio que é suportar a pressão do desconhecido, já quem vive sempre fugindo em universos fantasiosos e explicações rebuscadas de sua preguiça em lidar com o aqui e agora, sempre criam problemas, confusões e acabam cedendo as pressões do infinito se tornando seguidores de algum sistema ou seres, não livres viajantes pela eternidade, que é como concebo o Xamanismo. 

Alguns temas para meditar.

Nuvem que Passa

Data: Ter Dez 26, 2000 6:04 pm

Assunto: Re: [ventania] Natal e Calendários

 

Sagrado Feminino: Kali.

Justamente hoje (08/03//2024) é interessante lembrar de um arquétipo do feminino que é fundamental, não só pela sincronicidade que está rola...